“O lambe-sujo é considerado a maior manifestação de teatro espontâneo ao ar livre do mundo.”
manifestação popular Lambe-Sujos X Caboclinhos que representa as perseguições e batalhas entre negros escravos e índios domesticados pelos senhores de engenhos no período do Brasil colonial.
A guerra entre os lambe-sujos e caboclinhos é uma representação das investidas que os indígenas faziam aos quilombos, a mando dos capitães-do-mato dos engenhos, para derrotar e aprisionar os negros escravos fugidos, posto que os índios conhecessem melhor a região e teriam como recompensa o que de bens materiais pudessem arrecadar dos negros. A luta do negro pela sua liberdade é seu principal tema, e tem na representação do seqüestro da rainha dos caboclinhos o fator chave para os combates (embaixadas).
O grupo dos lambe-sujos é composto por moradores do município de Laranjeiras, em geral trabalhadores do meio rural e estudantes, e sua indumentária se limita a calções e guritas feitos de flanela vermelha, e uma foice preta, símbolo do trabalho nos canaviais. Uma preparação de mel de cabaú, vinda da Usina Pinheiros – antigo Engenho Pinheiros, tinta xadrez e sabão em pó dão a cor negra dos corpos dos brincantes.
A dinâmica do grupo se inicia na Alvorada por volta das quatro da manhã, onde o grupo, ainda sem se pintar, se reúne na casa do rei. Soltam-se fogos de artifício e os tambores começam a soar. Saem em cortejo pela cidade, recebem a primeira benção do padre na Igreja Matriz e logo após a benção do rio. Após a alvorada há um momento de trégua para os grupos.
manifestação popular Lambe-Sujos X Caboclinhos que representa as perseguições e batalhas entre negros escravos e índios domesticados pelos senhores de engenhos no período do Brasil colonial.
A guerra entre os lambe-sujos e caboclinhos é uma representação das investidas que os indígenas faziam aos quilombos, a mando dos capitães-do-mato dos engenhos, para derrotar e aprisionar os negros escravos fugidos, posto que os índios conhecessem melhor a região e teriam como recompensa o que de bens materiais pudessem arrecadar dos negros. A luta do negro pela sua liberdade é seu principal tema, e tem na representação do seqüestro da rainha dos caboclinhos o fator chave para os combates (embaixadas).
O grupo dos lambe-sujos é composto por moradores do município de Laranjeiras, em geral trabalhadores do meio rural e estudantes, e sua indumentária se limita a calções e guritas feitos de flanela vermelha, e uma foice preta, símbolo do trabalho nos canaviais. Uma preparação de mel de cabaú, vinda da Usina Pinheiros – antigo Engenho Pinheiros, tinta xadrez e sabão em pó dão a cor negra dos corpos dos brincantes.
A dinâmica do grupo se inicia na Alvorada por volta das quatro da manhã, onde o grupo, ainda sem se pintar, se reúne na casa do rei. Soltam-se fogos de artifício e os tambores começam a soar. Saem em cortejo pela cidade, recebem a primeira benção do padre na Igreja Matriz e logo após a benção do rio. Após a alvorada há um momento de trégua para os grupos.
Por volta das nove horas da manhã, os lambe-sujos se encontram novamente nas imediações da casa do líder, e lá se lambuzam com o líquido que dá cor e nome ao grupo. Devidamente paramentados, todos vão brincando pelas ruas da cidade, ao som da onça, tambor, e ganzás e cantando as músicas próprias do brinquedo. Existe uma desordem, os negros avançam sem ordenamento algum, ainda sem a presença das principais figuras: o Rei, o Pai Juá e a Mãe Susana.
Às onze horas do dia, todos se dirigem às portas da igreja da Matriz, onde o pároco da cidade dará a segunda benção à festa e aos grupos. Acontece a primeira embaixada, que é o enfrentamento dos grupos através de seus líderes. O grupo indígena se recolhe para o almoço, enquanto os lambe-sujos se dirigem à casa do rei para a tradicional feijoada, que foi preparada pela esposa do rei e líder do grupo, atualmente o senhor Zé Rolinha, com ingredientes doados pela população.
Aproximadamente às duas horas da tarde é que o grupo, composto até ai apenas pelos figuras, tocadores e taqueiros, vai buscar o seu Rei, com rosto pintado de negro, e indumentária que remete aos reis mouros. Esse momento é de grande euforia de todos, e são toados Vivas ao Rei. Após a presença do Rei, o grupo vai buscar ainda o Pai Juá e a Mãe Susana, em casas diferentes. Os cortejos pelas ruas são guiados pelo Rei, e ordenados pelos taqueiros que também assustam e até atingem, chegando às vezes a machucar, os espectadores que estiverem no caminho.
Em determinado momento por volta das quinze horas da tarde, acontece uma embaixada, que seria a representação de um possível flagrante dos negros pelos índios. Os negros conseguem fugir. Com o passar das horas já se dirigindo para o fim da tarde, os dois grupos se encontram na via rente ao local onde está montado o quilombo (o mocambo). Acontece mais uma embaixada, em que os líderes dos lambe-sujos e dos caboclinhos se enfrentam com espadas e varas. Os negros vencem mais uma vez. Então os índios saem de cena, e os negros vão para o quilombo, onde acontece o auge da evolução do grupo. Um mastro foi levantado na noite anterior à festa, e nele sobe um negro Forro para ficar de vigia. Quando os índios se aproximam ele sinaliza, e os negros ficam a postos. Acontece mais uma embaixada, que tem defesa dos líderes, do Pai Juá com seus feitiços, e mais uma vez os negros vencem. Mais uma embaixada, que os negros vencem, e então a última embaixada, com uma demora maior na representação da disputa. O cacique dos caboclinhos acaba vencendo e os outros índios o ajudam a aprisionar os outros negros.